SINFONIA À JUVENTUDE

A Orquestra Académica Metropolitana interpreta neste programa duas obras que, pertencendo a universos distintos, ilustram rumos alternativos às vanguardas musicais que floresceram ao longo do século XX e marcam momentos de transição entre ciclos criativos de ambos os compositores.

A Sinfonia N.º 4 de Joly Braga Santos, de 1950, não esconde a influência das canções tradicionais alentejanas, à qual não é alheia a circunstância de ter sido composta perto de Reguengos de Monsaraz.

A obra culminou um trajeto em que o músico procurou a “implementação de um sinfonismo moderno na música portuguesa” e a construção de um estilo musical que “pudesse falar com o homem comum com simplicidade e clareza”, em palavras que ele próprio usou.

Esta sinfonia termina com um Hino à Juventude, “símbolo da união dos jovens de todo o mundo, através da música”.

Já o primeiro concerto para violino de Krzysztof Penderecki foi composto na década de 1970, quando o compositor polaco procurou um diálogo cirúrgico com a estética romântica oitocentista.

Num único andamento, surpreende pela continuada sobreposição de referências dispersas, potencialmente inconciliáveis.