TRAGÉDIA E PAIXÃO

A Orquestra Metropolitana de Lisboa, dirigida por Mykola Dyadyura e com António Rosado ao piano, interpreta obras de Rachmaninov e Tchaikovsky que provocam emoções intensas.

Quantos resistem ao êxtase lacerante das melodias do 2.º Concerto para Piano de Rachmaninov ou da Sinfonia Patética de Tchaikovsky?
As emoções e o despojamento expressivo destas obras espelham-se em episódios da nossa vida e tornam difícil não serem interpretadas como revelações autobiográficas dos compositores.

O concerto para Piano N.º 2, Op. 18 de Rachmaninov conta-se entre os mais populares de sempre, mas está associado à estreia desastrosa da sua 1.ª Sinfonia.
A subsequente depressão forçou-o a uma Terapia Auto-Sugestiva, repetindo diariamente para si mesmo “Vais começar a escrever o teu concerto… um concerto extraordinário”. Assim aconteceu, em 1901.

Já Tchaikovsky dedicou a 6.ª Sinfonia, com o título de “Patética”, a Vladimir Davydov, o sobrinho por quem sentia uma paixão intensa.
A obra estreou-se sob direção do próprio compositor, em 1893, apenas oito dias antes de uma morte inesperada e cujas circunstâncias ainda hoje motivam especulações. Explica-se, assim, o título que foi dado à obra. A palavra grega “Pathos” significa Paixão/Sofrimento.