Mário Laginha Trio

“Com a ausência de concertos provocada pela pandemia, decidimos que todas as semanas nos juntaríamos para tocar, aproveitando uma disponibilidade que raramente nos tinha sido dada.

Não eram ensaios e não havia a pressão de um concerto, nem de idas aceleradas para estúdio.

Havia apenas o prazer de fazermos música juntos. Ao longo desses meses, fomos explorando de uma forma totalmente nova a música que nos últimos tempos (incluindo os pandémicos) tenho vindo a escrever para este trio.

Quando finalmente gravámos, o resultado estava mais próximo dos nossos concertos ao vivo do que do trabalho de estúdio.

Gosto de pensar que em todos os temas há uma identidade partilhada. A música nasce com a cara do compositor, mas vai-se transformando e crescendo com o contributo criativo do Bernardo e do Alexandre, acabando por ganhar o ADN deles também. Os troncos desta jangada são as influências que os três trazemos do jazz, da música portuguesa, da música clássica ou da música africana.

É com elas que nasce a música e é com elas que navegamos. Há um lado milagroso em conseguir que o prazer que um grupo de músicos tem em tocar seja sentido pelas pessoas ao ouvir. Andaremos sempre a perseguir esse milagre.”

– Mário Laginha