ERMELINDA DO RIO
TEATRO DA TERRA
NOTURNO PARA VOZ E CONCERTINA
DE JOÃO MONGE, COM MARIA JOÃO LUÍS
DIA 20 DEZ . SEXTA . 21H30
TEATRO DA TERRA
NOTURNO PARA VOZ E CONCERTINA
DE JOÃO MONGE, COM MARIA JOÃO LUÍS
DIA 20 DEZ . SEXTA . 21H30
“Noturno para voz e concertina” é o subtítulo do testemunho dorido de quem perdeu grande parte da família na maior catástrofe natural em Portugal desde o terramoto de 1755.
As cheias do Tejo a 26 de novembro de 1967, no Ribatejo e arredores de Lisboa, serviram de inspiração para João Monge escrever, na primeira pessoa, um poema narrativo pelos olhos de uma menina e de sua mãe, que vivem a tragédia de sobreviver para assistir impotentes ao desaparecimento da sua família, de amigos, de conhecidos. Bastou uma noite de chuva, como tantas outras, para que de madrugada o mundo estivesse virado do avesso.
Maria João Luís, na altura com 4 anos de idade, é uma dessas pessoas que, juntamente com o pai, a mãe e o irmão, sobreviveram àquela noite de novembro porque viviam numa zona alta de Alhandra, mas muitos dos seus familiares, desapareceram nessa noite.
A noite do fim do mundo, como alguém lhe chamou, 50 anos depois, é ainda uma história mal contada.
O Portugal de Salazar não quis que a tragédia falasse da sua real dimensão e o que nos resta hoje são os testemunhos dos sobreviventes, que nunca esquecerão aquela noite e os dias seguintes.
“Ermelinda do Rio” é um poema vivido pela atriz, que ela própria encena, numa autoexpiação dos seus fantasmas, que ainda hoje a visitam de tempos a tempos.
Uma catarse pessoal da atriz em palco, associada às suas memórias de infância, embalada pelo som dos contrabaixos tocados ao vivo, em que cada sessão teatral passa ao estado de ritual reflexivo partilhado e em comunhão com o público.